Entrevista com a doutora Vilma
Andreia: Quanto à sua experiência profissional, qual é a sua opinião acerca do processo de Bolonha?
Dra Vilma: O Processo de Bolonha veio trazer alterações nomeadamente ao ensino superior porque houve pessoas que estavam a terminar o seu curso e depois foram abrangidas por estas reformas e que tiveram que perder algum tempo para tirar o seu curso. Quem foi surpreendido por esta reforma no início do curso, penso que, foi vantajoso e que trouxe benefícios. No 3º ano, a pessoa que acaba o antigo bacharelato passa automaticamente para o mestrado.
Andreia: E acha que esta alteração dos cursos foi benéfica?
Dra Vilma: Penso que sim. Eu acho que é uma mais valia porque acaba por abreviar o percurso académico a ser mais vantajoso por facilitar e permitir a pessoa avançar com o mestrado mais rapidamente.
Andreia: E em termos de desvantagens?
Dra Vilma: Em termos de desvantagens, eu penso que algumas pessoas que foram atingidas por estas reformas foram penalizadas, pois tiveram de acrescentar outras cadeiras que não tinham feito e portanto não houve equivalências.
Andreia: Tem conhecimento de alguns programas/iniciativas?
Dra Vilma: Existem iniciativas de apoio que a U.E promove à educação, neste caso, o Programa de “Aprendizagem ao longo da vida” Este programa apoia a mobilidade transnacional, apoia projectos de redes europeias. E depois do programa “Aprendizagem ao longo da vida” existem vários programas como o “Leonardo da Vinci” , que é mais vocacionado para o ensino profissional, O “Comenius” é mais vocacionado para as escolas Secundárias , intercâmbios de jovens, entre outros. E depois, o nível de ensino superior existe o programa ERASMUS que tem tido bastante adesão, em que os alunos vão estudar para universidades de outros países; Loodric para educação dos adultos.
Andreia: Então e relativamente ao jovens de outrora com os jovens de agora? Existem mais probabilidades de trabalhar e/ou estudar no estrangeiro?
Dra Vilma: Em relação a antigamente? Sim, sem dúvida e isso é uma consequência de também estarmos na União Europeia, o que permite abrir portas para os jovens não só para estudar como para trabalhar, para viver e por isso é que existem estes programas apoiadas e financiadas pela U.E para facilitar a educação e a mobilidade dos jovens isto há muitos anos atrás que existe.
Andreia: E os jovens actualmente estão preparados para as dificuldades do ensino superior à escala Europeia?
Dra Vilma: Eu penso que sim. Penso que os nossos jovens presentemente têm uma “open Minde”, têm espírito aventureiro e pensam muito mais além, não pensam ficar por aaqui num círculo fechado e justifica-se pelo facto, nomeadamente, o programa Erasmus, vindo a crescer de ano para ano. Existe cada vez mais uma adesão maior de estudantes para países, como a França, a Itália. Cada vez mais existe maior interesse dos jovens a participar nestes programas e a experiência é totalmente diferente.
Andreia: Existem então bastantes vantagens em estudar na U.E ? E desvantagens?
Dra Vilma: Por um lado, a barreira linguística. A pessoa tem que ter o domínio da Língua. Se não dominar fluentemente a língua, isso poderá ser um entrave. Por outro lado, a integração/adaptação é diferente, o modo de vida é diferente. Portanto vais viver para outro país, onde as tradições, o modo de vida são sempre diferentes do nosso país. Portanto, cada país tem as suas tradições, a sua cultura. E essa fase de adaptação e integração, esse novo modo de vida, poderá eventualmente influenciar um cadinho, mas a pessoa adapta-se.
Andreia: E relativamente à vantagens face a mobilidade, flexibilidade e cooperação de trabalho e de estudar?
Dra Vilma: Apesar dos entraves que se possam deparar, é uma experiência que ganha e poderá ser profissional e mais que isso mais enriquecedora do que uma experiência no nosso país no currículo, visto que tiveste de estudar e trabalhar na empresa “tal”, num país “tal” é diferente, pois a pessoa só beneficia.
Andreia: E acha que a multiplicidade é oportunidade quer á nível superior, quer á nível profissional e os jovens tornam-se mais competentes?
Dra Vilma: Sim, sem dúvida. O facto de adquirir uma experiência nova noutro país como o intercâmbio contribui para serem mais competitivos.
Andreia: Depois desta toda nossa conversa, como é que descreveria “Ser jovem na Europa” em breves palavras?
Dra Vilma: Actualmente “Ser jovem na Europa”, reconheço que não é fácil, visto que o espírito é cada vez maior. Cada vez há um esforço maior dos jovens a ter mais habilitações para poder competir futuramente a nível profissional. Ma para isso terá que apostar nesta formação.
Andreia: Obrigada pela sua colaboração!
Publicado por Andreia